09 abril 2009

Uma cidade e sua vocação industrial


Falar da história de Arcos, sem falar de suas indústrias é impossível. Um dos fatos que marcaram a vida do povo Arcoense, na década de 60, foi a construção da fábrica de cimento da Lafarge, em 1959. A Lafarge foi uma das primeiras indústrias de grande porte a se instalar no município. Naquela época, a cidade não tinha nenhuma estrutura, por isto, este acontecimento marcou a vida das pessoas que aqui viviam.

Algumas pessoas contam que a chegada dos trabalhadores aqueceu a economia e o comércio da cidade. Movimentou pensões e mudou a rotina das pessoas.

Imaginem, uma cidade pequena e ainda jovem, no século passado, de repente recebe visitantes ilustres, de outros países, “os franceses”, como eram chamados os técnicos e engenheiros que vieram comandar a construção da fábrica de cimento.

A construção da Lafarge, em Arcos, teve início em meados de 1959. O projeto foi idealizado por um Coronel da Cidade de Divinópolis, Jovelino Rabelo. Ele já havia iniciado a construção da Laminação Pains, hoje Gerdau, em Divinópolis. Coronel Jovelino projetou e deu início à fundação da fábrica de cimento aqui em Arcos. Logo no início da execução, o projeto foi assumido por um grupo Francês chamado “Lafarge” que já estava em fase de término de sua fábrica em Matozinhos, na região metropolitana de Belo Horizonte.

A chegada dos operários mudou a rotina dos Arcoenses, houve um aumento drástico da demanda de serviços. Os operários precisavam de ter suas roupas lavadas, por exemplo. Para isto, várias senhoras começaram a prestar serviços de lavadeira e tiveram nova fonte de renda. Os hotéis e as pensões não estavam preparados para absorver todos os trabalhadores, por isso, os Hospital de Arcos, que na época, estava em fase de construção, sem acabamento, foi adaptado para abrigar parte dos operários.

Contam os mais antigos funcionários da fábrica, que participaram de sua construção, que os equipamentos e os métodos de trabalho eram bem diferentes de hoje. Segundo eles, o emprego de tração animal era muito usado durante a construção. Muitos animais transportavam concreto e peças dentro do canteiro de obras da fábrica.

Tive a oportunidade de conviver com alguns dos homens que participaram desta construção, e todos eles lembravam saudosos dos tempos de trabalho duro, da convivência e das amizades com aqueles homens que trouxeram uma parte do progresso para aquela jovem cidade.

A fábrica iniciou a marcha no dia 28 de junho de 1962, uma quinta-feira (véspera de feriado). E às 11 horas da manhã, do dia 01 de julho de 1962, foi produzido o primeiro clínquer (material usado na produção do cimento), na fábrica de Arcos.

Hoje, Arcos se orgulha de sua vocação industrial. O calcário é uma de nossas principais fontes de arrecadação fiscal. Muito devemos àqueles que acreditaram na transformação da pedra bruta em riqueza e do calcário em desenvolvimento.

Hoje nossas indústrias empregam milhares de operários e movimentam a economia da região. Saem de nossas minas milhões de toneladas de calcário, transformados em todos os tipos de produtos. Fabricamos aqui, cimento, cal, pó calcário, adubos, carbonato de cálcio e vários sub-produtos. Nosso calcário se transforma e transforma a cidade em uma das mais promissoras cidades da região.

Jaime Pedrosa

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